domingo, 3 de outubro de 2010

Editorial - Edição 76 - 16 a 30 de Setembro de 2010

QUANTO VALE A VIDA?

   Não há bem maior que a vida. Não há preço que recompense a perda de alguém. Diariamente, nos noticiários assistimos ao caos que assola a saúde pública de nosso país. Crianças, jovens, adultos e idosos morrem às centenas, por falta de atendimento ou colapso da rede hospitalar.
    O que era um problema exclusivo da rede pública, também atinge as redes e os hospitais particulares. É notório que o dinheiro é maior problema nos dois setores. No setor público, o problema é a falta de dinheiro, que desemboca nos ralos famintos da corrupção e não chega aonde deveria chegar, na quantidade em que deveria chegar.
    Na rede privada o problema também é o dinheiro, mas o foco é bem diferente. Os convênios, pagos por pacientes saudáveis ou não, são a fonte de recursos das operadoras. Nelas, pode não agir a corrupção, mas age a ambição desenfreada pelo lucro. A ordem é economizar mais, para lucrar sempre mais!
    Nos dois casos, percebemos que a vida tem ficado em segundo ou terceiro planos. O que importa é dinheiro no bolso, dos políticos corruptos ou dos médicos mercenários.
    Esse é o sistema capitalista, que transforma tudo em mercadoria, até mesmo a nossa vida. Médicos desmotivados ou mal remunerados já nem se lembram  do juramento de hipócrates. Resta-nos, como meros mortais, tentar sobreviver às mãos dos hipócritas!